Por: Eduardo Braga – Jornalista
Apesar de uns e outros cantarem vitória a esta
distância da eleição, é bom olharmos para trás e ver o que o passado nos deixou
de lição política.
No período pré-eleitoral de 2008, lideravam as
pesquisas de intenção de voto Dr. Levi Pontes (ex-PDT) e Dr. Talvane Hortegal
(ex-PT).
Além de ser filho do lendário Antônio Pontes de
Aguiar, Dr. Levi contava com o apoio do governo Jackson Lago, a simpatia do
empresariado e da classe média, e pose de quem venceria as eleições dando
continuidade apenas aos acertos do grupo com o qual rompera havia pouco tempo.
O então-neo-e-já-ex-petista Talvane Hortegal
disputava a dianteira nas pesquisas e fez o PT crer que o mau desempenho da
candidata governista, Danúbia Carneiro, faria com que a família Sarney
obrigasse o então prefeito, Dr. Magno Bacelar, a apoiá-lo.
Para quem analisa política superficialmente parecia
tudo bem definido para a disputa ficar por aí, afinal, o eleitorado estava
cansado dos dois grupos tradicionais da política chapadinhense, não é mesmo?
Não é mesmo!
Os dois candidatos juntos não somaram 15% dos
válidos apurados e a disputa se polarizou entre Isaías Fortes (43,1%) e Danúbia
Carneiro (41,9%), os candidatos que tinham grupo político. E permita-me, caro
leitor, recorrer ao negrito e às letras maiúsculas para frisar uma obviedade
que às vezes parece passar despercebida. A ELEIÇÃO NÃO É UMA DISPUTA
ENTRE CANDIDATOS, MAS SIM UMA DISPUTA ENTRE GRUPOS.
Assim, quando se opta por candidato A ou B, deve-se
prestar bem atenção em quem o rodeia, afinal é com eles que o candidato vai
governar.
Quem decidiu, poderá decidir de novo
Apesar de nenhum dos dois terem tido força
suficiente para polarizar a campanha, as candidaturas de Dr. Levi (PDT) e Dr.
Talvane (PT) foram determinantes para o resultado final da eleição.
Mesmo tendo tido a menor votação proporcional de
todas as vezes que foi candidato a prefeito (apenas 43%), Isaías Fortes foi o mais
votado e só não é prefeito de Chapadinha hoje porque (como até o reino mineral
sabia, menos Edson Vidigal) ele era inelegível.
Da mesma forma, o PT e os partidos da chamada 3ª
via*, mesmo não tendo musculatura para disputar a eleição tendo candidatura
própria com chances reais de vitória, serão determinantes para o resultado
final da eleição.
A se confirmar a aliança de ambos com a candidatura
governista, esta sairá com vantagem na hora do pega pra capar, afinal, é
difícil imaginar que qualquer um dos grupos logre êxito em condição de
isolamento e com todas as demais forças políticas do município unidas do outro
lado.
De qualquer forma, a disputa será acirrada e, pelo
que se vê até agora, sem nenhum debate sobre proposta de governo,
principalmente por parte de quem se diz a mudança.
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