Belezinha não pode ser culpada por tudo em relação ao fracasso retumbante do carnaval que se encerrou ontem. Embora
blogueiros governistas digam o contrário, a análise geral é de que este tenha
sido de fato um dos piores carnavais já vividos na Chapada das Mulatas.
Se a prefeitura não ajudou as iniciativas
populares, nem incentivou a volta dos blocos carnavalescos (tipo BCC e Cangaia)
e – erro maior: não divulgou a programação em nível estadual. A gestão pode e
deve não só ser responsabilizada por isso, como tem um ano para refletir e tentar fazer
melhor em 2015.
Vale lembrar duas coisas importantes que antecedem as possíveis críticas ao governo atual: o desmonte dos grandes blocos aconteceu na
gestão anterior com uma briga infantil que envolveu egos inflados da prefeita Danúbia
e do empresário Moraes do BCC e que em anos anteriores o governo do estado
abastecia nossa folia com generosos aportes financeiros de emendas
parlamentares ou verbas da secretaria estadual da cultura.
Este ano Magno Bacelar continua deputado e
Belezinha é prefeita, ambos juram ter apoio irrestrito do governo e da família
Sarney, mas nada de grana do Palácio dos Leões.
Há outras razões para o nosso carnaval não ter
sido como nos velhos tempos. Mesmo assim o carnaval ainda quando ruim é bom, escapa
no exato sentido de que quem mais reclamou o fez porque gosta de folia e não
deixou de brincar. Por isso a Praça Irineu Galvão teve momentos de bom público.
Apesar dos aspectos culturais, geração de emprego e ganho econômico,
é necessário não se perder de vista que carnaval não é mais sério que a
violência que aflora a ponto de um jovem ter sido ferido a bala na Praça onde
acontecia a festa; o carnaval não é mais importante que apurar a denúncia de
cerceamento do trabalho de uma equipe de reportagem, no mesmo local, por
assessor da prefeita e; de forma alguma, o debate sobre o tamanho do carnaval
pode ofuscar o drama de mais uma família que perdeu um filho recém-nascido
reclamando do sistema de saúde e exigindo apuração.
A famosa quarta-feira ingrata nos diz que o
show já terminou. Vamos voltar à realidade.
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