quarta-feira, 5 de março de 2014

Carnaval “Caldo de Peteca”: Mas Belezinha Não Pode Ser Culpada por Tudo


Belezinha não pode ser culpada por tudo em relação ao fracasso retumbante do carnaval que se encerrou ontem. Embora blogueiros governistas digam o contrário, a análise geral é de que este tenha sido de fato um dos piores carnavais já vividos na Chapada das Mulatas.

Se a prefeitura não ajudou as iniciativas populares, nem incentivou a volta dos blocos carnavalescos (tipo BCC e Cangaia) e – erro maior: não divulgou a programação em nível estadual. A gestão pode e deve não só ser responsabilizada por isso, como tem um ano para refletir e tentar fazer melhor em 2015.

Vale lembrar duas coisas importantes que antecedem as possíveis críticas ao governo atual: o desmonte dos grandes blocos aconteceu na gestão anterior com uma briga infantil que envolveu egos inflados da prefeita Danúbia e do empresário Moraes do BCC e que em anos anteriores o governo do estado abastecia nossa folia com generosos aportes financeiros de emendas parlamentares ou verbas da secretaria estadual da cultura.

Este ano Magno Bacelar continua deputado e Belezinha é prefeita, ambos juram ter apoio irrestrito do governo e da família Sarney, mas nada de grana do Palácio dos Leões.

Há outras razões para o nosso carnaval não ter sido como nos velhos tempos. Mesmo assim o carnaval ainda quando ruim é bom, escapa no exato sentido de que quem mais reclamou o fez porque gosta de folia e não deixou de brincar. Por isso a Praça Irineu Galvão teve momentos de bom público.  

Apesar dos aspectos culturais, geração de emprego e ganho econômico, é necessário não se perder de vista que carnaval não é mais sério que a violência que aflora a ponto de um jovem ter sido ferido a bala na Praça onde acontecia a festa; o carnaval não é mais importante que apurar a denúncia de cerceamento do trabalho de uma equipe de reportagem, no mesmo local, por assessor da prefeita e; de forma alguma, o debate sobre o tamanho do carnaval pode ofuscar o drama de mais uma família que perdeu um filho recém-nascido reclamando do sistema de saúde e exigindo apuração.

A famosa quarta-feira ingrata nos diz que o show já terminou. Vamos voltar à realidade.

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