Por: Eduardo Braga – Vereador
Os fatos políticos mais importantes não marcam apenas a data na
qual acontecem, mas o tempo que se segue. Aqui em Chapadinha tivemos um fato
desses na virada do ano.
Não tentarei descrever com palavras as emoções sentidas por nós
que tivemos a oportunidade de estar na Câmara de Vereadores naquele reveillon,
seria inútil. Mas foi algo que marcou profundamente todos que lá estivemos.
Depois de muitas articulações políticas, tentativas de cooptação,
pressões externas, desistências e recuperações, registram-se duas chapas na
disputa pelo comando do parlamento municipal. Fui escolhido o
vice da chapa encabeçada por Nonato Baleco (PDT) e com Marcelo Menezes (PRP) na
1ª Secretaria, era a união de forças que antes ninguém acreditava que poderiam
estar juntas.
As galerias lotadas participavam como uma torcida organizada nos
estádios, as articulações não cessaram até o início da votação, o voto secreto
não dava certeza de vitória para ninguém. A apreensão marcava os rostos de
todos quando começaram a contar os votos.
Os dois primeiros votos foram para a chapa encabeçada pela colega
Lívia Saraiva. Nesta hora quase nos damos por vencidos, mas os dois votos
seguintes empataram a apuração. No meio da contagem, um voto questionado: A
própria candidata assinara a cédula de votação, identificando seu voto e
anulando-o.
Não contei a anulação que poderia ser questionada posteriormente.
Cheguei ao final da apuração contando a chapa adversária com um voto a frente
e, faltando duas cédulas, ambas tinham assinalado o nome Nonato Baleco.
Foi como um golaço ao final da prorrogação virando a partida e
garantindo o título. A torcida aos gritos, todos nos abraçamos, a resposta
estava dada.
Resultado final: A prefeita derrotada na própria posse, Nonato
Baleco eleito, preterida, não uma vereadora, mas sim um casal.
De lá pra cá, a Câmara de Chapadinha tem se tornado uma casa de
grandes debates, com a realização de audiências públicas, com as sessões sendo
transmitidas ao vivo pelo rádio, com ampla divulgação dos trabalhos
parlamentares, enquanto aqueles que estariam controlando a Casa se enrolam em
esquemas faraônicos.
Na incapacidade de se defenderem ou mostrar acertos do governo
Belezinha, tentam ao menos arrastar a Câmara Municipal para o mesmo nível,
distorcendo os fatos para mostrar os acertos da gestão do parlamento como se
fossem erros. Não conseguirão.
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