quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Ensaio Sobre Veneno


Em dois recentes comentários sobre minha lida na imprensa local sou desenhado como venenoso, traiçoeiro e chamado de blogueiro escorpião. Se soubessem o orgulho que provocam em mim e imaginassem o esforço que tenho feito pra não envaidecer com tais manifestações de reconhecimento de protagonismo na mídia, reavaliariam os exageros.

Desde o lendário Joel Silveira, maior repórter brasileiro de todos os tempos, ser chamado de “Víbora” pelo estilo irônico e mordaz, reconhecer humor peçonhento em homens de mídia passou a ser consagração.

Nas querelas propriamente ditas acusam-me de responder jocosamente a insultos raivosos e usar de malícia para alvoroçar briga no seio do governo.

Ora vejam, queriam que eu levasse a tudo a ferro e fogo... Perdoem isso não é comigo. Levo quase tudo na boa e sou sensível o suficiente até para deixar de responder caso perceba confusão mental ou desequilíbrio patológico de oponente afetado pela idade ou aturdido por drama de consciência sindical.

Com relação ao trato com adversários sou duro, mas busco ser justo. No episódio do processo de Belezinha contra Isaías, daria voz a ele – talvez com menos gosto – mesmo se isso resultasse contrário aos meus interesses partidários. Depois de ter corretamente ouvido, dado voz e até reconhecido a falta de culpa de Isaías na acusação que sofreu, não posso (ainda que tenha me deparado com um líder mais cordato e humano) a partir disso, esquecer minha nossa divergência.

Além disso, convenhamos, Isaías tira Belezinha de seu rico ostracismo, a leva nas costas na travessia das correntes eleitorais e  ela, depois da jornada, tranquilamente inocula ferroada no ombro do padrinho... Quem é escorpião e quem é lacraia? Respondam ai!


Lembrando a víbora original (Joel Silveira) quando ele doutrina que “jornalista não é aquele que toca na banda, é o que vê a banda passar”, peço que parem de atribuir onipotência a quem se só reivindica o direito de observar, debater ideias, escrever e falar.    

Joel Silveira: "A Víbora" 

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