Por: Almir Moreira – Advogado
A mídia local noticiou a morte por assassinato este ano de 16
pessoas – até o momento, infelizmente. Mais que o dobro do ano passado.
Notícias como essa pululam país afora. Há muito promovem “jornalista”, rendem
programas de rádio e televisão, e embalam até certos espaços da cultura.
Incrível como ganham ares de normalidade;
ganham sim, do contrário a indignação já teria tomado conta de nós. Estamos
acomodados.
A violência é resultado de uma mudança
cultural e ideológica que vem sendo implantada sorrateiramente. Nossa cultura,
fundada no pensamento greco-romano e cimentada nos ensinamentos do
cristianismo, principalmente pelo vultoso legado da Igreja Católica, vem há
anos sendo destruída; o ataque à família, instituição formada sob os moldes
cristãos, é o maior exemplo. A leitura de tudo que ocorre na sociedade a partir
da sociologia é um indicativo também da tentativa de destruição de nossa
cultura original, da qual nos formamos como gente.
Basta ver o que rola, como diz a rapaziada,
novelas, por exemplo, com um mote só, mulher largando marido, marido largando
mulher, estímulo ao uso de droga, tramas diabólicas, libertinagem geral, sem
pudor. Disseminação da cultura imbecilizada privilegiadora do erotismo e da
banalização da vida. Qualquer dúvida, lembrem-se do Rock in Rio ou do Big
Brother!
Estes valores difundidos terminam
produzindo falsas ideias de emancipação, veja o exemplo feminista da mãe
solteira e independente, joia nas classes altas, elas podem ter empregados(as),
mas e nas classes pobres? Só gera frustração ou confusão mental.
A violência grassa também porque, em meio a
essa engenharia social engendrada para construção deste mundo “novo”, nós
estamos sendo omissos com: o descaso do poder político, o sucateamento das
polícias, a execução penal negligente e uma justiça criminal assistemática. E o
pior, porque nossa democracia está deformada, a legislação eleitoral é cínica,
permite a todos o direito de concorrer a um mandato eletivo, mas deixa brechas,
buracos, crateras para que só os que têm dinheiro possam de fato vencer.
Veja-se a quantidade de gente desqualificada moralmente exercendo mandatos
públicos.
Somos imperfeitos, não vamos gerar uma
sociedade perfeita, quanto mais se tentou mais mazelas foram produzidas.
Fico com o ensinamento do Papa Emérito
Bento XVI, ao recordar a encíclica “Deus Caritas Est”: “Não é possível
implantar o paraíso aqui na Terra, o que nós devemos esperar é que tenhamos
forças morais aqui na Terra, suficientes para lutar contra o mal”.
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