terça-feira, 1 de outubro de 2013

Padre Neves Analisa Audiência e Desmonta Transparência do Governo

"Participamos na Audiência Pública que foi promovida pela Câmara Municipal no passado dia 30 de Setembro. Não ficamos até o fim porque era uma segunda feira e o congestionamento de dados era demasiado exigente para estarmos atentos a ele e prolongou demasiado a sessão. Aqui ficam as apreciações ao que vimos e ouvimos:

1º- A educação política e social também deve ser um aspecto do nosso sistema educativo municipal. Dispensar professores de aulas ou privá-los de precioso tempo de estudo e preparação das aulas para ir apoiar a prestação de contas da Prefeita na Câmara não denota boa intenção nem respeito pela educação. Facilitar a empregados públicos e incentivá-los a atos de politiquice é, no mínimo, vergonhoso e desprovido de sentido. Não se compreende a educação duma claque a gritar ou vaiar sem que lhe fosse dadas justificativas dos gastos apresentados.

2º- Prestação de contas não se faz só com números e cifrões. Faz-se com a demonstração de serviços prestados e realizações feitas. Os números podiam estar no fim de cada mês no blog de transparência da Prefeitura, o que não tem funcionado.

3º- Vim com curiosidade e saio com curiosidade acrescida. Números são fáceis de escrever. O que eu desejava saber é onde foi gasto e que prioridades se tiveram ao gastar, em oito meses, setenta e quatro milhões de reais (esta foi a informação do Presidente da Câmara, documentado) Que esse dinheiro já foi gasto e que não está guardado, eu já o sabia.

4º- Não se compreende como um Município com tantas necessidades (falta solucionar o problema da água, o mercado municipal está uma sujeira, as estradas do interior estão abandonadas, não há cemitério municipal, não há saneamento básico...), e com tantos milhões de verbas públicas, não tem ações prioritárias realizadas e visíveis a bem da população.

5º-A prestação de contas não é um favor. É uma obrigação que não merece elogios. Agora, o Presidente desta Câmara, merece ser elogiado por ter feito esta exigência.

6º- Se a Gestora Municipal anterior deixou dívidas, além de obras públicas começadas, poucas semanas antes de acabar o seu mandato e inacabadas, isso é sinal que a Justiça ainda não funcionou, até porque ela acaba de se propor a candidata a deputada. O montante da sua dívida deixada e aqui apresentada não está exato, porque faltam lá cem mil reais que ela recebeu e desviou dum projeto da Secretaria Estadual de Cultura, para o Festejo da Padroeira.

7-As verbas apresentadas e as contas prestadas de algumas Secretarias Municipais merecem contestação, porque não foram justificadas com realizações feitas à altura dos gastos. Salvo algumas iniciativas tomadas. E notou-se que a Secretaria de Ação Social nem prestou contas, porque, certamente, não teve verbas atribuídas que satisfizessem sua ação. E as outras Secretarias não pecarão pelo mesmo defeito, que é fruto da concentração de poder?

8- Porquê tantos carros de lixo alugados num Município com este montante de verbas públicas? É importante apetrechar o Município com material de construção e de transporte que ele precisa. E nunca tentar privatizar uma instituição pública! Urgente fazer um governo participativo!

9º- Numa frase apresentada foi lembrado que a unidade na Administração facilita o seu êxito. Talvez por não haver essa unidade e haver uma semi-Prefeitura dentro da Prefeitura e blocos de influência que puxam em sentido inverso... é que há tão pouco êxito numa administração que queremos mais transparente e ativa.


10º- Resumindo: a administração municipal precisa ser mais transparente, publicamente e explicar onde foram gastos tantos milhões de reais em oito meses, coisa que ainda não foi explicada e isto sem necessitarmos de recorrer a contadores que sempre sabem justificar tudo nem que seja com notas falsas. E uma parte da platéia maniatada e manipulada mostrou irresponsabilidade social, ignorância e demasiado atrevimento em estar a vaiar e bater palmas sem nada perceber." 

Publicado no Blog da Paróquia de Chapadinha: veja (aqui)

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