"Participamos
na Audiência Pública que foi promovida pela Câmara Municipal no passado dia 30
de Setembro. Não ficamos até o fim porque era uma segunda feira e o
congestionamento de dados era demasiado exigente para estarmos atentos a ele e
prolongou demasiado a sessão. Aqui ficam as apreciações ao que vimos e ouvimos:
1º-
A educação política e social também deve ser um aspecto do nosso sistema
educativo municipal. Dispensar professores de aulas ou privá-los de precioso
tempo de estudo e preparação das aulas para ir apoiar a prestação de contas da
Prefeita na Câmara não denota boa intenção nem respeito pela educação.
Facilitar a empregados públicos e incentivá-los a atos de politiquice é, no
mínimo, vergonhoso e desprovido de sentido. Não se compreende a educação duma
claque a gritar ou vaiar sem que lhe fosse dadas justificativas dos gastos
apresentados.
2º-
Prestação de contas não se faz só com números e cifrões. Faz-se com a
demonstração de serviços prestados e realizações feitas. Os números podiam
estar no fim de cada mês no blog de transparência da Prefeitura, o que não tem
funcionado.
3º-
Vim com curiosidade e saio com curiosidade acrescida. Números são fáceis de
escrever. O que eu desejava saber é onde foi gasto e que prioridades se tiveram
ao gastar, em oito meses, setenta e quatro milhões de reais (esta foi a
informação do Presidente da Câmara, documentado) Que esse dinheiro já foi gasto
e que não está guardado, eu já o sabia.
4º-
Não se compreende como um Município com tantas necessidades (falta solucionar o
problema da água, o mercado municipal está uma sujeira, as estradas do interior
estão abandonadas, não há cemitério municipal, não há saneamento básico...), e
com tantos milhões de verbas públicas, não tem ações prioritárias realizadas e
visíveis a bem da população.
5º-A
prestação de contas não é um favor. É uma obrigação que não merece elogios.
Agora, o Presidente desta Câmara, merece ser elogiado por ter feito esta
exigência.
6º-
Se a Gestora Municipal anterior deixou dívidas, além de obras públicas
começadas, poucas semanas antes de acabar o seu mandato e inacabadas, isso é
sinal que a Justiça ainda não funcionou, até porque ela acaba de se propor a
candidata a deputada. O montante da sua dívida deixada e aqui apresentada não
está exato, porque faltam lá cem mil reais que ela recebeu e desviou dum
projeto da Secretaria Estadual de Cultura, para o Festejo da Padroeira.
7-As
verbas apresentadas e as contas prestadas de algumas Secretarias Municipais
merecem contestação, porque não foram justificadas com realizações feitas à
altura dos gastos. Salvo algumas iniciativas tomadas. E notou-se que a
Secretaria de Ação Social nem prestou contas, porque, certamente, não teve
verbas atribuídas que satisfizessem sua ação. E as outras Secretarias não
pecarão pelo mesmo defeito, que é fruto da concentração de poder?
8-
Porquê tantos carros de lixo alugados num Município com este montante de verbas
públicas? É importante apetrechar o Município com material de construção e de
transporte que ele precisa. E nunca tentar privatizar uma instituição pública!
Urgente fazer um governo participativo!
9º-
Numa frase apresentada foi lembrado que a unidade na Administração facilita o
seu êxito. Talvez por não haver essa unidade e haver uma semi-Prefeitura dentro
da Prefeitura e blocos de influência que puxam em sentido inverso... é que há
tão pouco êxito numa administração que queremos mais transparente e ativa.
10º-
Resumindo: a administração municipal precisa ser mais transparente,
publicamente e explicar onde foram gastos tantos milhões de reais em oito
meses, coisa que ainda não foi explicada e isto sem necessitarmos de recorrer a
contadores que sempre sabem justificar tudo nem que seja com notas falsas. E
uma parte da platéia maniatada e manipulada mostrou irresponsabilidade social,
ignorância e demasiado atrevimento em estar a vaiar e bater palmas sem nada
perceber."
Publicado no Blog da Paróquia de Chapadinha: veja (aqui).
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