Por: Antenor Ferreira - Interligado
Em dado momento a parlamentar Lívia Saraiva taxou de leviano o colega Eduardo Sá
Antenor Ferreira
Mesa diretora da câmara em sessão dessa quinta-feira, 01 |
Para quem esperava uma sessão tranquila, marcada pelos sentimentos de irmandade e companheirismo, dado o momento de retorno dos trabalhos do palácio legislativo Francisco Almeida Carneiro, quem foi à câmara municipal na tarde dessa quinta-feira, 01, ficou extremamente surpreso.
A sessão de abertura do 2º período legislativo contou com a presença de 11 dos 15 parlamentares. Estiveram ausentes os vereadores Antonio Odilon, que ainda compareceu ao recinto pouco antes do início da sessão, mas acabou tendo que se ausentar, Márcia Gomes, e também os vereadores Levi da Silva Mota (Murici) e Irmão Carlos, líder do governo na casa.
Entre os destaques estava a aprovação de pedido de abertura da CPI do lixo, que obteve o total legal de assinaturas, e ainda do requerimento que pede esclarecimentos da prefeitura municipal, acerca do escândalo da empresa Queops, denunciado pelo jornalista Alexandre Pinheiro, de autoria do presidente da casa, Nonato Baleco.
Nonato Baleco com requerimento que solicita ao executivo explicações sobre o escândalo da empresa Queops |
O pedido de abertura de CPI foi encaminhado à comissão responsável, devendo após análise ser votado pelo plenário da câmara.
Após as denúncias feitas pelo blogueiro e jornalista, a prefeitura municipal de Chapadinha suspendeu o contrato com a empresa Queops. (Veja AQUI a matéria).
No pequeno expediente fizeram uso da palavra os seguintes parlamentares:
SAMUEL NISTRON – O parlamentar que retorna ao legislativo após ter se licenciado para tratamentos médicos, iniciou falando sobre sua preocupação particular, por ver que Chapadinha ainda mantém uma polarização, no que diz respeito ao eleitorado, mesmo havendo um grande número de pessoas jovens que poderiam mudar o atual quadro político.
Tecendo críticas ao atual governo, onde disse que a única diferença com o anterior é que o “desejado passou a ser o indesejado” em alusão ao desequilíbrio no pagamento do funcionalismo público, Samuel Nistron o taxou como governo “xerocado”, citando fatos que não apenas causaram reflexões da plenária e galeria, como também o humor dos presentes.
O parlamentar encerrou fazendo um requerimento verbal a líder do executivo, para que pague o funcionalismo público com a mesma regularidade da gestão anterior.
OSÉAS LOPES (Manim) – O parlamentar que foi o principal defensor da instalação da CPI dos convênios, falou que o dinheiro foi recebido pela gestão passada, mas que escolas e outros investimentos não foram construídas, ou concluídas, prejudicando principalmente dicentes.
Manim rebateu algumas das afirmações do vereador Samuel, comentando sobre a necessidade de execução do plano diretor do município, e alertando sobre a mobilização popular, para aprovação do PPA,
Encerrando o parlamentar disse que as duas CPIs existentes na casa não estão funcionando, assim como o regimento interno, fazendo ainda breve comentário sobre as 1.000 casas do Minha Casa, Minha Vida.
O vereador Eduardo Sá interviu questionando sobre as regras usadas para inclusão de beneficiários no programa, dizendo ter ouvido diversas reclamações e denúncias, de pessoas supostamente com condições financeiras, sorteados no programa.
Em resposta, Eduardo Braga pediu parte, saindo em defesa do colega petista e secretário de assistência social do município, Francisco Paiva, dizendo que as regras são estabelecidas pela CAIXA, acrescentando que como as inscrições podem ser feitas, inclusive pela internet, fica inviável a própria secretaria municipal fazer uma espécie de crivo, o que acaba contribuindo para que algumas pessoas achem meios de burlar as regras de inscrição no programa.
FRANCISCA AGUIAR – A parlamentar usou a tribuna para comentar sobre publicação feita em sua página na internet (Veja matéria AQUI), sobre cobrança feita, quanto à paralisação dos serviços do laboratório de análises clinicas do município, que funciona no centro de saúde Benú Mendes.
A parlamentar lamentou o fato de após todos os esforços, dela e também do secretário de obras, Aluísio Sousa, o laboratório ainda está inativo, por conta da ausência de um técnico para ligar os equipamentos, isso depois dos responsáveis pelo mesmo terem confirmado o retorno de atividades, anunciando publicamente a data para tal.
Ela disse que qualquer outro setor pode esperar, mas a saúde deve ser prioridade, acrescentando que centenas de pessoas estão sendo prejudicadas, e pedindo o apoio de Marcelo Menezes, para a solução do problema.
Manim interviu, dizendo discordar da posição a que estavam submetendo o vereador Marcelo, ao tempo que Francisca Aguiar respondeu que isso era por que o parlamentar é cunhado do secretário de saúde e filho do ex-prefeito Isaias, principal aliado da prefeita.
Nesse momento Samuel Nistron pediu parte pedindo a Marcelo, para que ajudasse na situação de uma senhora que precisa passar urgentemente por um processo cirúrgico, mas que foi barrada com a informação de que precisa passar pelo crivo do secretário de saúde do município.
Marcelo respondeu usando as palavras de Manim, quando disse que ele não é o secretário de saúde, dizendo que os parlamentares e qualquer pessoa podem procurar na referida secretaria a senhora Ivanildes, para marcar suas cirurgias.
Francisca Aguiar encerrou rebatendo afirmações do vereador Samuel, quando esse disse que a cidade continua cheia de buracos e sem avanços. Para ela já há sim avanços significativos em vários pontos, apesar de ainda haver muito que fazer.
EDUARDO BRAGA – O petista iniciou comentando sobre os escândalos envolvendo o nome de empresas que prestam serviço a prefeitura municipal, questionando o porquê da prefeita não ter também suspendido o contrato com a empresa responsável pelo recolhimento de lixo, dizendo que a atitude da mandatária mostra que ela não meche com o que a atinge, apenas seus aliados.
Eduardo Braga lembrou que durante campanha membros do grupo governante diziam que ele, assim como outras que compunham a gestão anterior a essa altura estariam com a cara no chão, de vergonha, perante o que ocorreria.
Braga disse que vive o contrário e que "estufa o peito" ao andar pelas ruas.
"Ah mais.... Não reclama não. Nós avisamos". Disse o parlamentar em tom de humor
NONATO BALECO – Num discurso breve, porém bastante contundente, iniciado com o elogio a coragem do jornalista Alexandre Pinheiro em denunciar esquemas suspeitos da prefeitura com empresas, o presidente da casa usou a tribuna para se referir as denúncias que envolvem a prefeitura e a empresa Queops, a qual tem uma de suas sócias como beneficiária do programa Bolsa Família, do Governo Federal.
"A que ponto chega à desfaçatez senhoras e senhores". Disse o parlamentar referindo-se ao fato acima mencionado.
Nonato Baleco preferiu não citar nomes dos responsáveis pela empresa, dizendo que tudo será revelado no momento oportuno.
Em tom de revolta, o parlamentar disse que “os ratos precisam ser afastados do poder público”, e que os culpados devem devolver o dinheiro do povo.
Veja vídeo do discurso do parlamentar, publicado pela blogueira Jane Andrade:
EDUARDO SÁ – O parlamentar iniciou seu discurso relembrando as palavras da última sessão, antes do recesso parlamentar, quando ele antecipou as denúncias que hoje estão repercutindo em todo estado.
Sá comentou o desequilíbrio financeiro que hoje impera no município, fato que despertou a atenção de Eduardo Braga, que pedindo parte indagou do porquê do governo que dizia "que havia uma quadrilha instalada dentro da prefeitura do município, que hoje está no poder, composto por pessoas honestas, recebendo mais que a gestão anterior não paga os servidores públicos", como acontecia.
Eduardo Sá surpreendeu a todos ao dizer que tinha novas informações dos sócios da empresa Queops, como o fato de serem servidores da prefeitura de Tutóia, dizendo ter o verdadeiro endereço dos mesmos, já que o endereço informado no contrato social da empresa é inexistente.
Ao citar o nome de membros da família Saraiva, tendo em vista que o contador da empresa é um de seus membros, a vereadora Lívia Saraiva alterou os ânimos, taxando Eduardo Sá de leviano, exigindo que o mesmo não mais citasse o nome de seus familiares na tribuna.
Eduardo Sá rebateu a postura da parlamentar, dizendo que não estava sendo leviano, e que estava relatando apenas o que foi denunciado por Alexandre Pinheiro, baseado em provas.
Continuando o parlamentar foi corrosivo a abordar sobre as denúncias, questionando o porquê dos responsáveis pela empresa com movimentação de cerca de R$ 2 milhões, identificados pelo seu contador como bem sucedidos, com mais de 10 anos de atuação na área, serem servidores municipais, sendo a sócia beneficiária do bolsa Família, assim como do porquê da empresa apontar endereço inexistente.
Sá disse que estará pedindo a quebra do sigilo bancário da empresa e seus sócios, para saber quem de fato estaria sacando as cifras milionárias repassadas a mesma.
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